Cuzco, a Capital do Império Inca

Nesse momento, peço licença para misturar datas e falar, apenas das minhas andanças pela cidade de Cuzco, começando com uma descrição da cidade:

Cuzco - A capital do Império Inca

Cuzco – A capital do Império Inca

FUNDAÇÃO

“Algumas  lendas indígenas atribuem sua fundação a seu primeiro chefe de estado, um personagem lendário chamado Manco Capac, eu prefiro esta:

– Manco Capac é tido como filho de Inty, o deus do sol e irmão de Pachacamac.

Manco Capac

Manco Capac

Ele e seus irmãos foram enviados pelo deus sol e emergiram neste mundo nas cavernas de Pacaritambo trazendo um povo dourado chamado de tapac-yauri. Ele teria sido instruído a construir um templo para o deus Sol no lugar onde emergiram da terra mas o lugar não era apropriado e então eles viajaram por túneis subterrâneos até Cuzco onde erigiram um templo em honra ao pai deles, Inti, o deus Sol. Durante a viagem para Cuzco, um irmão (e também uma das irmãs) de Manco Capac se transformou em pedra (Huaca)

Por dados arqueológicos e antropológicos estudou-se o verdadeiro processo da ocupação de Cuzco. O consenso aponta a que, devido ao colapso do reino de Taypiqala, produziu-se a migração de seu povo. Este grupo de cerca de 500 homens teria se estabelecido paulatinamente no vale do rio Huatanay, processo que culminaria com a fundação de Cuzco. É desconhecida a data aproximada, porém, graças a vestígios, há um consenso que o local onde se localiza a cidade já se encontrava habitado há 3000 anos. Porém, considerando unicamente seu estabelecimento como capital do Império Inca (meados do século XIII), Cuzco aparece como a cidade habitada mais antiga de toda América.

Pedra dos 12 ângulos - Calle Hatum Rumiyoc

Pedra dos 12 ângulos – Calle Hatum Rumiyoc

Foi a capital e sede de governo do Reino dos incas e seguiu sendo ao iniciar-se a época imperial, tornando-se a cidade mais importante dos Andes. Esta posição lhe deu proeminência e a converteu no principal foco cultural e eixo do culto religioso.

– Atribui-se ao governante Pachacuti ( do quíchua Pacha Kutiq, “O que muda a

Pachacuti

Pachacuti

Terra”, ou “Reformador da Terra”) ter feito de Cuzco um centro espiritual e político. Pachacuti chegou ao poder em 1438, e ele e seu filho Túpac Yupanqui dedicaram

Tupac Yupanqui por Felipe Guaman Poma de Ayala.

Tupac Yupanqui por Felipe Guaman Poma de Ayala.

cinco décadas à organização e conciliação dos diferentes grupos tribais sob seu domínio, entre eles os Lupaca e os Colla. Durante o período de Pachacuti e Túpac Yupanqui, o domínio de Cuzco chegou até Quito, ao norte, e até o rio Maule, ao sul, integrando culturalmente os habitantes de 4.500 quilômetros de cadeias montanhosas.

Também se crê que o desenho original da cidade seja obra de Pachacuti. O plano do Cuzco antigo tem forma de um puma, com a praça central Haucaypata na posição que ocuparia o peito do animal. A cabeça do felino estaria localizada na colina onde está a fortaleza de Sacsayhuaman. Os incas organizaram sua divisão administrativa de maneira que os limites das quatro regiões do império coincidissem na praça principal de Cuzco.”

Outra visão de Cuzco

Outra visão de Cuzco

Alguns dados sobre Cuzco

“Cuzco (em espanhol Cusco, em quíchua Qosqo ou Qusqu) é uma cidade situada no sudeste do Vale de Huatanay ou Vale Sagrado dos Incas, com população de 300.000 habitantes. É a capital do departamento de Cuzco e da província de Cusco.

É uma cidade muito alta (com 3400 metros altitude). Seu nome significa “umbigo”, no idioma quíchua. Era o mais importante centro administrativo e cultural do Tahuantinsuyu, ou Império Inca. As paredes de granito do palácio inca ainda estão lá, bem como monumentos como o Korikancha, ou Templo do Sol.

Depois do fim do império, em 1532, o conquistador espanhol Francisco Pizarro, invadiu e saqueou a cidade. A maioria dos edifícios incas foi arrasada pelos clérigos católicos com o duplo objetivo de destruir a civilização inca e construir com suas pedras e tijolos as novas igrejas cristãs e demais edifícios administrativos dos dominadores, desta forma impondo sua pretensa superioridade europeia.

A maioria dos edifícios construídos depois da conquista é de influência espanhola com uma mistura de arquitetura inca, inclusive a igreja de Santa Clara e San Blas. Frequentemente, são justapostos edifícios espanhóis sobre as volumosas paredes de pedra construídas pelos incas.

De forma interessante, o grande terremoto de 1950, destruindo uma construção de padres dominicanos, expôs que esta fora erigida em cima do Templo do Sol, que curiosamente resistiu firmemente ao terremoto.

Esta teria sido a segunda vez que aquela construção dos dominicanos fora destruída, sendo que a primeira vez fora em 1650 quando a construção espanhola era bem diferente.”

Esse post foi elaborado com informações colhidas no Google e as imagens são minhas e, também retiradas do Google.

Na época da minha viagem(1998) não havia a modernidade de tirar e guardar as fotos em meio eletrônicos, tudo era feito em filmes com 36 poses, que depois foram reveladas aqui no Brasil

De Puno à Capital do Império Inca – Cuzco

De Puno à Cuzco

De Puno à Cuzco

Chegamos à Puno no finzinho da tarde e aí tive meu segundo problema. O hotel descrito na dos e-mails foram trocados . Me deixaram no Hotel Estância, no centro de Puno quando o combinado seria o Sillustani, a beira do Lago Titicaca.

Não permiti que Norma saísse do hotel até resolvermos o problema. Não havia vagas no Hotel Sillustani e se comprometeram a devolver a diária paga, no dia seguinte quando fossem me pegar para tomar o trem para Cuzco.

O quarto tinha janela para a rua e a barulheira aconteceu pela noite toda, além disso o chuveiro era um cano que saia da parede. Não tive problemas com a água fria, já que a quente já havia sido fechada, mas não recomendo. Afinal eram quatro pingos um para cada ponto cardeal. Pode ser até místico, mas banho frio assim é mortal.

Andei até o Mercado Central, que já estava fechado, mas algumas tendas ainda vendiam o que eu queria : meias e luvas de lã de alpaca.

Foto de uma barraca- pega no Google

Foto de uma barraca- pega no Google

Comprei um par de meias e  duas luvas sendo uma com a ponta dos dedos cortados, assim podendo colocar a primeira e a segunda sem perder totalmente a sensibilidade nas pontas dos dedos. Tudo custou cerca de $4.50 dólares.

Para jantar procurei algo mais comum e entrei numa pizzaria. Foi-me servido uma espécie de biscoito com muito ketchup e umas fatias de queijo, uma coca-cola na temperatura ambiente(não vi nenhuma geladeira).

No retorno perguntei qual seria a temperatura naquela hora e estávamos com 9 graus positivos.

A noite, como esperado foi terrível com a barulheira de carros e pessoas falando alto passando por baixo da janela. Talvez fique mais barato vir por conta própria e ir contratando a medida do que resolver fazer porém você fica na mão dos locais o que não é uma boa opção.

Acordo tremendo de frio, ainda está escuro lá fora e não sei a temperatura que está fazendo. Coloquei uma camiseta, uma camisa de flanela, calças jeans e as salvadoras meias compradas na véspera.

O gerente da Kontiki(agência de viagem peruana) veio junto na kombi para me levar à estação de trem e me reembolsou o valor da diária do hotel combinado e não cumprido.

No trem, fiquei na classe superior, o que significa que eram bancos um de frente com o outro com uma mesa entre os dois. Na minha frente Gary, um americano fazendo seu tour pela América do Sul, de ônibus e trens. Agora imagina eu mal falo inglês e ele nem espanhol falava, mesmo assim foram quase doze horas de bom papo, recorrendo sempre aos sinais manuais e ao mesmo livro de viagens que estávamos usando. Ele era chefe de bombeiros em uma cidade do interior dos EUA.

Paramos em Juliaca para troca de máquina e continuarmos a viagem. Embora fosse proibido, a maioria dos passageiros desceu para apreciar o local.

Juliaca

Juliaca

Aqui um fato muito engraçado aconteceu. A nova máquina não engatou na composição e foi em frente deixando o trem e os passageiros gritando para chamar a atenção do maquinista que só percebeu alguns minutos depois.

Retornamos ao trem e antes da saída passaram guardas pelo vagão olhando, principalmente os banheiros onde costumam se esconder clandestinos que querem viajar de graça.

Olhando ao redor verifiquei que quase todos usavam o mesmo livro(guia).

Foi interessante manter contato, por quase doze horas, falando meu portinglês, chegando até a contarmos piadas.

No trem servem refeições, comi frango com milho, batatas e arroz, acompanhado de um refrigerante na temperatura ambiente.

O trem chacoalha bastante, mas apesar de cansativa, tem belas paisagens. As montanhas são grandiosas e passamos até por picos nevados(era março, fim do verão).

altiplano peruano

altiplano peruano

Ao fundo picos nevados

Ao fundo picos nevados

Fizemos uma parada na estação de La Raya na maior altitude que cheguei, mais de 4.000 metros de altitude.

Estação de La Raya

Estação de La Raya

O mais perto que cheguei da neve.

O mais perto que cheguei da neve.

Chegamos em Cuzco no início do anoitecer e lá me esperavam o guia e um táxi para me levar par o hotel. Pedi, ao guia, se podíamos deixar o Gary em algum hotel que não passasse de $6.00 dólares com sua aquiescência deixamos meu novo amigo em uma pousada, combinando de nos encontrar no dia seguinte pois já que tinha guia e carro só para mim, consegui que ele fosse junto.

Cuzco a noite

Cuzco a noite(Google)

Enfim cheguei em meu hotel Royal INKA II que é bastante bom e caro pois uma coca-cola custava $2.00 dólares.

Estava cansado demais para sair pela noite comi um sanduíche, refrigerante, chá de folha de coca e fui dormir.

Imagens do hotel Royal INKA II:

Área interna do hotel

Mural na área interna do hotel

Área interna, outro ângulo

Área interna, outro ângulo

Finalmente meu quarto:

Meu quarto

Meu quarto

Ao fundo minha companheira de viagem, constante, a garrafa de água mineral. Nenhuma água que levava á boca era da torneira, você pode ter uma diarréia fortíssima.

Ao fundo minha companheira de viagem

Ao fundo minha companheira de viagem

No próximo post andando pelas cercanias de Cuzco.

 

 

 

 

Ciúmes, de como as prostitutas e os índios me ajudaram

Dando uma pausa em minha narrativa da viagem entre Bolívia e Peru, resolvi escrever sobre esse sentimento que destrói as mais estáveis uniões, e não quero só me referir ao ciúme entre seres humanos mas, também, sobre o ciúme no seu espectro mais amplo, O SENTIMENTO DE POSSE.

Na minha curta vida de 68 anos, aprendi que o ciúme nada mais é que o sentimento de posse levado ao extremo, algo É SEU, alguém É SEU …

Normalmente, não queremos que ninguém pegue aquilo que nos pretence, por direito ou presunção de direito.

Então eu tenho um carro e não deixo que ninguém o dirija pois ele É MEU, eu paguei, faço as manutenções, dou banho, até dou um nome, eventualmente, e não há ser no mundo que sente naquele lugar de motorista e o dirija.

Mas é assim mesmo? Experimente parar em local proibido e ser rebocado, não tem santo que faça o reboque descer depois que ele está guinchado. Então O SEU carro, não é mais seu, temporariamente ele pertence ao Estado. adiantou tanto ciúme? e a sensação de não o encontrar onde deixou, ter sido roubado e a certeza de que nunca mais vai vê-lo novamente.

Adiantou ter tanto ciúme daquele objeto que pode ser alvo de tantas ocorrências sobre o qual você não tem domínio?

Em uma determinada ocasião eu trabalhava para uma empresa de geologia e deixei meu notebook na gaveta da mesa que usava, fechei com a chave, e guardei a chave dentro de uma pasta em outra gaveta.

Chegando na segunda feira, apeguei a chave e abri a gaveta para pegar o notebook e… vazio total.

Comuniquei oficialmente à Empresa através do gerente do meu contrato e quando ele me perguntou como me sentia, a resposta foi:

-“Fazer o que?”

-“Como assim, você não está puto da vida? Afinal foi seu notebook, precisamos abrir um inquérito administrativo!” – me respondeu.

-” Bem você faz o que achar melhor, já que outras ocorrências de furto haviam ocorrido no mesmo andar que a empresa ocupava, eu vou juntar outra grana para comprar um novo e como tenho backup dos meus arquivos, foi só o equipamento.”

Desse fato decorreu outro muito engraçado.

Determinados a acharem o ladrão o meu Gerente do contrato e seu superior armaram uma pegadinha para identificar quem era o ladrão. Os furtos só aconteciam nos fins de semana e portanto só poderiam ser efetuados por alguém da empresa de vigilância.

Assim numa sexta feira marcaram as notas que ficavam no caixa pequeno e deixaram tudo como normalmente ficava.

No sábado, antes da troca dos vigilantes lá se foram os dois detetives para a empresa. Chegando lá, direto para o caixa pequeno onde encontraram a falta de menos de cinquenta reais.

Um olhou para o outro, e quase ao mesmo tempo: -“Pegamos ele.”

Enquanto o chefe colocava as notas restantes do caixa pequeno sobre a mesa para mostrar as marcas feitas, meu Gerente foi chamar o vigilante que já estava de saída.

Sentaram-se os três na sala do Chefe do meu Gerente que falou:

-“Está vendo essas notas?”-mostrando as notas marcadas do caixa pequeno- “estão faltando(aproximadamente) quarenta e cinco reais e eu quero que você esvazie seus bolsos pois como pode ver aqui”-mostrando as marcas nas notas-“estavam todas marcadas.”

O vigia, nesse momento falou:

~”Dr. eu passei a noite toda na vigilância e preciso ir urgente no banheiro mijar e já volto para esvaziar meus bolsos”

Do alto de sua educação o Chefe do meu Gerente disse:

-“Claro, mas volte logo”

O vigia foi, voltou, tirou tudo o que tinha no bolso e nada das notas e foi só nesse momento que os dois “detetives” atentaram que ele havia jogado o fruto do furto na privada e dado a descarga.”

E lá se foi a investigação mais atrapalhada que eu soube na minha vida. O vigia sorriu, desejou um bom fim de semana e partiu deixando os dois detetives sem nenhuma possibilidade de ação. Até a remoção do mesmo da empresa teve que ser negociada verbalmente pois não havia nada que desabonasse o ladrão. Meu notebook? Nunca mais vi, só me restou a gozação que aprontei com os dois “sherlocks”, estavam com o ladrão na mão e deixaram bater asas.

Já me roubaram celular, cordão de minha esposa e a única coisa que pensei foi “Fazer o que?”. Do celular fiz um BO apenas pró-forma.

E onde entram os índios nessa história?

Eles não tem nenhum pertence próprio, tudo é da comunidade. Não acumulam objetos, pois como se mudam constantemente tem que carregar só o necessário para o grupo. Então se não tem utilidade ou podem fazer outro no local para onde estão se mudando, deixam de lado.

Ah, como eu queria ser menos materialista!

Nas relações afetivas as coisas já são mais complicada quando um ou os dois assumem que são donos um do outro, aliás eu costumo chamar a certidão de casamento de “certificado de posse”.

Durante a juventude e principalmente na adolescência eu criava e alimentava essa quimera chamada CIÚME, sofrendo e fazendo sofrer a companheira daquele momento.

Quando meu primeiro casamento se acabou, eu entrei numa vida de boemia passando as noites de boate em boate, começando na Av. Rio branco e terminando na praça Mauá.

Eu começava a noite em uma boate da Av. Rio Branco, no centro do Rio de Janeiro. Dado os custos chegava por volta das oito horas horário em que não pagava consumação e por lá ficava.

Foi lá que comecei a entender que o ciúme não leva a nada.

Com o hábito, passei a conhecer todos desde o garçom até o disc-jokey, que quando me via entrar já colocava a música de minha preferência. Naquela época eu pagava tudo, literalmente tudo com cartão de crédito, que como se dizia e”era uma navalha”.

Também fiz muitas amizades com as meninas de programa que frequentavam a casa (que me falha o nome).

Entre elas terminei criando uma ligação maior que a a amizade ou o ser cliente.

Nesse momento ou você esquece o ciúme ou dá um tiro na cabeça. Imagine você estar conversando com sua “namorada” e chega um cliente de grana alta, o que ela faz? Te deixa e vai atender ao cliente e você fica ali aguardando o sinal combinado de que ou vai ser a noite toda ou vai voltar.

É uma questão de autoconfiança, se ela volta para você é porque quer VOCÊ. Não é pela grana ou por ser bonitinho ou por ser famoso, é por ser VOCÊ.

Como disse antes: – “Fazer o que? Bancar a menina? Nem pensar, depois das dez levantava da mesa e ficava bebendo no bar para não ter de pagar a consumação!

Várias vezes saímos cedo da boate para o motel para evitar a chegada de algum cliente e , quando eu tinha , pagava tudo. Quando não tinha ela pagava tudo.

É nesses momentos, em que você pede um bife e divide com sua “namorada” pois estão ambos duros. Chega um cara cheio de grana e você cede a vez para ele, aguardando a volta, para então dar a sua saída, que o ciúme vai para o espaço.

Alguns fins de semana nem saíamos do apartamento dela e em outros íamos ao cinema como um casal normal.

Em horários de almoço podíamos estar transando que se tocasse o telefone parava tudo pois era a única hora do cliente. Como era a única minha, também, parava tudo, banho frio, roupa vestida e rumo ao trabalho, ambos.

Especificamente essa de quem falo, juntou dinheiro(não tinha cafetão) comprou sua casa em São Paulo e na última vez que nos vimos estava parando pois tinha comprado uma pizzaria em São Paulo e ia mudar de vida.

Nunca mais a vi mas tenho certeza que deu certo, tal a força do caráter daquela mulher.

Agora se imagine casa, nos padrões “normais” e tendo que viajar constantemente. Se você não tiver a autoconfiança de que é contigo que sua esposa quer ficar, vai trocar de emprego, e mesmo assim vai ficar ligando para saber onde ela está.

Como dizia o filósofo Juca Chaves, “Você pode trancar sua mulher no armário que ela te trai com o cabide”. Então ou você se garante ou viva sozinho.

Digo e repito, não há coisa melhor para acabar com o sentimento de ciúme que namorar uma menina de programa.

 

 

 

Saindo da Bolívia e entrando no Peru pela cidade de Puno

Trajeto Copacabana/Bolívia até Puno/Peru

Trajeto Copacabana/Bolívia até Puno/Peru

Almoçamos razoavelmente(sopa e peixe com batatas)em outro hotel em Copacabana enquanto esperávamos o novo guia peruano que ia me levar até Puno/Peru.

Trocamos de guias e agora seria a Norma e o motorista Pedro responsáveis pela viagem. A troca foi para melhor pois Norma tinha muito mais conhecimento que o guia boliviano.

Passamos pela cidade de Pomata onde e a igreja estava fechada e só pudemos visualizar a parte externa.

Igreja de N. Sra. Del Rosário de Pomata

Igreja de N. Sra. Del Rosário de Pomata

Seguimos, então para a porta de Aramuru Muru . Durante o trajeto notei que a guia não se referia aos “Espanhóis” e sim aos “invasores” e me chamou a atenção para o grande número de Igrejas ao longo do trajeto.

A explicação era simples: os “invasores” faziam procissões carregando todo o ouro e prata roubado, no interior das imagens e em candelabros e outros artefatos de uma procissão, pernoitavam nas igrejas que eram verdadeiras fortalezas, mantendo, assim o ouro e a prata seguros.

Assim de igreja em igreja chegavam em algum porto onde embarcavam o ouro e a prata e voltavam com as imagens vazias.

Continuando nossa viagem para Puno, passamos pela cidade de pedra onde fica o conjunto de Hayu-Marca e o portal Aramuru muru.

Cidade de Pedra

Cidade de Pedra

Mais um pouco chegamos, finalmente no portal Amaru Muru:

Aramu Muru

Aramu Muru

Os habitantes do lugar dizem que é a entrada ao “Templo de la Iluminación de los Dioses Merú” ou “Hayu Marca”, e contam estranhas estórias sobre esta porta, como aquela de que em algumas tardes especiais ela se faz semitransparente deixando entrever além de seus portais uma cidade iluminada.

Também contam que ao tocar com ambas mãos os lados interiores do batente da porta de pedra e apoiando a cabeça em uma fenda que existe nela, se podem perceber estranhas sensações, tais como, a visão de fogo, melodias musicais e inclusive a visão de túneis que atravessam a montanha. A porta de Aramu Muru se assemelha à porta do Sol de Tiahuanaco e a cinco restos arqueológicos que, unidos por imaginários traços, formariam uma cruz ao redor do Lago Titicaca.” (link para Imagick  )

Você tem que saltar do carro e andar pelo mato rasteiro até chegar no portal. e lá fomos eu e a guia andando até chegar ao portal :

Eu antes de encostar no portal

Eu antes de encostar no portal

Segundo Norma teria sido naquele local que Viracocha* entrou, passando pelo portal, para o mundo espiritual.

Viracocha - O criador

Viracocha – O criador

Ele vinha de Tiwanaku, passou pelas ilhas do Sol e da Lua e deixou no Lago Titicaca o disco de ouro, que seria a ligação com o Divino.

Ele vinha acompanhado da serpente, do puma e do condor. Na parte de cima da formação rochosa dá para visualizar a forma de um condor.

Ali fiz uma oferenda com folhas de coca e me ajoelhei para pedir licença para encostar no portal.

Tão logo coloquei a cabeça encostada no fundo e as mãos uma em cada lado do portal senti uma intensa vibração e me vi em um túnel com uma luz brilhante bem lá no fundo. Infelizmente não me foi permitido ir mais para o interior do túnel e fui tomado por uma sensação de tristeza que quase me levou ás lágrimas. Em silêncio eu e a guia voltamos para o carro.

Mais adiante passamos pelo altar do Inka onde ele descansava no meio de suas viagens as ilhas ou na volta para Cuzco. Ele fica em uma formação que tem a forma de serpente(que liga ao mundo inferior ao terrestre) e que sempre acompanhava Viracocha*.

Altar do Inka

Altar do Inka

No centro uma reentrância onde, provavelmente, o Inka dormia e pela manhã, onde pode-se notar à esquerda duas pequenas abertura o Inka, colocava os calcanhares e se deitava na pedra se energizando a medida que o sol nascia o o iluminava.

Seguimos em frente e nossa próxima parada foi o Templo da Fertilidade Inka Huyo:

Templo da Fertilidade

Templo da Fertilidade

confesso que fiquei bastante encabulado mas o profissionalismo da guia me fez ficar a vontade e entender os sentidos daquelas imagens.

Existe um canto do templo onde no dia 23 de março quando o sol nasce um raio penetra pela porta exatamente até ele marcando o início do equinócio da primavera e nesse dia são feitas as adivinhações sobre as plantações e sobre o tempo que fará no período que se inicia.

Existem centenas de falos uns com a ponta enfiada na terra que significaria a própria fertilização e os outros com a ponta viradas para cima o resultado com o nascimento e crescimento das plantações.

Templo da Fertilidade - ao lado de uma igreja

Templo da Fertilidade – ao lado de uma igreja

As pedras foram retiradas do templo para a construção das igrejas.

* “Viracocha, Wiracocha ou Huiracocha (em quíchua: Apu Kun Tiqsi Wiraqutra) é a divindade invisível, criadora de toda a cosmovisão inca, considerado como o esplendor original, o Senhor, Mestre do Mundo, sendo o primeiro deus dos antigos tiahuanacos, que provinham do lago Titicaca, de cujas águas teria surgido, criando então o céu e a terra. É o arquétipo da ordem do universo no ser humano.

Deus andrógino criado por si mesmo, hermafrodita, imortal, introduzido durante a expansão Wari-Tiwanaco, é o deus principal, criador do Universo e tudo que nele existe: a terra, o sol, os seres humanos, as plantas, adotando distintas formas, e se acreditava que ele estava em toda parte.

O culto ao deus criador supõe um conceito que abrange o abstrato e o intelectual, e era destinado apenas à nobreza.” (Wikipédia)

 

De Tiwanaku até a cidade de Copacabana/Bolívia – cerimônia xamânica

Trajeto de Tiwanaku até Copacabana - em azul na Bolívia e em vermelho no Perú

Trajeto de Tiwanaku até Copacabana – em azul na Bolívia e em vermelho no Perú

Saindo de Tiwanaku, a viagem foi muito monótona, a exceção das fronteiras onde tivemos que passar duas vezes, só casebres e estrada.

Trecho da viagem até Copacabana

Trecho da viagem até Copacabana

Só no meio do caminho é que apareceu uma feira interessante. paramos para olhar e era uma feira de troca e venda de animais, comum no local.

Feira

Feira

Chegamos em Copacabana ao anoitecer e fomos direto para o Hotel, à beira do lago Titicaca. O hotel era muito bom com quartos modestos mas, tanto quanto o banheiro, bem limpos. Detalhe não havia quem levasse nossas malas até o apartamento e eram dois lances de escada a 3.800 metros de altitude.  Do meu apartamento deu para tirar uma foto da varanda que fica do lado de fora do restaurante.

Hoteem copacabanal

Hotel em Copacabana

Lago Titicaca - da janela do meu apartamento

Lago Titicaca – da janela do meu apartamento

Tomei um banho, relaxei um pouco e já de noite fui jantar no restaurante, onde comi uma truta deliciosa.

Após o jantar, já bastante frio, fui me sentar em uma das espreguiçadeiras na varanda esperando que em algum momento aparecesse, no céu, um disco voador.

Ao voltar para o interior fui até a recepção para marcar o horário de me chamarem e de lá dava para ouvir que a cidade ferve na noite. O dia seguinte ia ser puxado e resolvi que curar a dor de cabeça da altitude e uma boa noite de sono tirariam a decepção da visita corrida à Tiwanaku.

Acordamos cedo pois o programa seria ir até a ilha do Sol onde o Inka passava temporadas com sua corte.

Dica: existem duas ilhas : do Sol e da Lua. VISITE AS DUAS e na do sol tem lado norte e lado sul : VISITE OS DOIS LADOS. O melhor é comprar pacotes de passeios na própria cidade de Copacabana.

Eu que, apesar de fazer muitas pesquisas, fiquei na mão dessa agência boliviana que foi um desastre quase total.

Começamos o dia pegando a van e indo por uma estrada secundária, que em determinados momentos pensei que íamos rolar ribanceira a baixo para dentro do lago. Finalmente chegamos ao primeiro ponto turístico, conhecer um pescador tradicional e seu barco feito de totora, uma planta que dá em abundância no lago.

Totora

Totora

O que deveria ter sido o passeio :images

O que foi o “ponto turístico” :

Pescador no bote e a sobra do meu casaco encobrindo a lente

Pescador no bote e a sobra do meu casaco encobrindo a lente

A seguir, quando eu pensava que íamos pegar um barco adequado para chegarmos à Ilha do Sol, me surge um barco minúsculo com bancos laterais , coberta de lona e motor de popa, para ida e volta ao continente. Já que estava lá não ia adiantar reclamar, e assim fomos balançando pelo lago até o ancoradouro da Ilha do Sol.

Ancoradouro na ilha do Sol

Ancoradouro na ilha do Sol

No local tem um bar que serve salgadinhos e refrigerantes na temperatura ambiente e uma queda d’água que vem do topo da ilha, onde você pode se refrescar.

Dica: NÃO BEBA ÁGUA QUE NÃO SEJA MINERAL ”

 

A direita saída d'água

Á direita saída d’água

Quando pensei que meus problemas tinham terminado olhem a escada que eu subiria para chegar nas ruínas da residência do Inka, relembrando que era o terceiro dia na Bolívia e estávamos a 3.800m de altitude:

Escada para o topo da ilha

Escada para o topo da ilha

Agora vejam o avanço da tecnologia de produção de alimentos que os incas tinham, fazendo terraços com pedras, o que evitava o deslizamento da terra. Em quase todas as montanhas que você vê na região, que pertenceu ao Império inca, existem esses terraços.

terraços para cultivo

terraços para cultivo

“Calcula-se que os incas cultivavam cerca de setecentas espécies vegetais. A chave do sucesso da agricultura inca era a existência de estradas e trilhas que possibilitavam uma boa distribuição das colheitas numa vasta região.

As principais culturas vegetais eram as batatas (semilha), batatas doce (batatas), milho, pimentas, algodão, tomates, amendoim, mandioca, e um grão conhecido como quinua, considerado o cereal sagrado dos incas.

O plantio era feito em terraços e já usavam a adiantada técnica das curvas de nível sendo os primeiros a usar o sistema de irrigação.(Wikipédia)”

Pousada em construção

Pousada em construção

Como a escada ainda se estendia por muitos e muitos degraus decidimos dar uma parada na pousada em preparação, pois o dono de nome Paulino teria trabalhado na construção do barco “RA II” no qual “Thor Heyerdahl,  acompanhado de cinco tripulantes, partiu da América do Sul, percorrendo mais de 6000 km em 101 dias acabando por desembarcar na ilha Polinésia de Raroia.”

A viagem ficou registrada em filme,dando origem a um documentário, “Kon-Tiki”, que venceria, depois, um Óscar da Academia de Hollywood, em 1951.

(Expedição Kon-Tiki, nesse link você encontrará a história e o documentário completo)

Ficamos ali conversando e as construções incas do topo da ilha, ficaram para trás.

Dessa vez o guia havia trazido um lanche e voltamos ao porto para pegar o “barquinho” de volta onde deixamos a van.

Embarcadouro da Ilha do Sol.

Embarcadouro da Ilha do Sol.

Voltamos para Copacabana para uma cerimônia de purificação no topo do cruzeiro, com um indígena local, usando a “mesa” que eu montei em La Paz.

Almoçamos e eu dei uma descansada no hotel para encarar o segundo tempo de escadarias.

Topo do Cruzeiro da janela do hotel

Topo do Cruzeiro da janela do hotel

O problema é que em todo os locais dos Andes só tem subida e lá ia eu escalar outra que, ao término, me levaria ao cruzeiro.

Cruzeiro - ao longo da escadaria tem as estações da crussificação de Cristo

Cruzeiro – ao longo da escadaria tem as estações da crucificação de Cristo

E foi assim uma estação e uma parada para respirar, outra estação e outra parada para respirar, por tanto foram pelo menos 15 paradas até chegar ao topo onde me encontrei com o “xamã” boliviano.

Cruzeiro - final da subida para o mirador do lago

Cruzeiro – final da subida para o mirador do lago

A cerimônia foi interessante. O Xamã já havia recolhido madeira e nos levou para uma clareira onde fez uma fogueira e após acender colocou a “mesa” dentro. Me deu algumas instruções e começou a cerimônia. Ele tomava goles de uma garrafa de cerveja e cuspia parte no fogo até que chegou o momento crucial.

Tinha que beber da mesma garrafa que ele e não adiantou dizer que não bebia. Coloquei o polegar e o indicador entorno do gargalo, para não tocar e engoli um pequeno gole, deixando a garrafa levantada por algum tempo para dar a impressão de ter bebido mais.

O mais curioso é que apesar d’eu insistir em dar-lhe uma gratificação o xamã recusou peremptoriamente .

Quem sabe o guia já havia pago?

Fotos do topo e da descida para a cidade :

Lago Titicaca

Lago Titicaca

Lago Titicaca

Lago Titicaca

Copacabana

Copacabana

Após tanta subida voltei para o hotel onde jantei pois no dia seguinte iria para Puno no Peru e como teria a manhã livre iria ver a igreja de Nossa Senhora de Copacabana.

Fotos da Igreja de Nossa Senhora de Copacabana:

Igreja de Nossa Senhora de Copacabana

Igreja de Nossa Senhora de Copacabana

Entrada da Igreja

Entrada da Igreja

Nossa Sra. de Copacabana

Nossa Sra. de Copacabana

 No próximo post : a história dos “invasores” e o templo dedicado a fertilidade.

 

 

 

 

Na Bolívia : de La Paz até Tiwanaku

Capítulo III

Trajeto de Tiwanaku até Copacabana - em azul na Bolívia e em vermelho no Perú

Trajeto de Tiwanaku até Copacabana – em azul na Bolívia e em vermelho no Perú

A ideia era sair de La Paz, passar o dia em Tiwanaku e depois seguir para a cidade de Copacabana, onde passaria duas noites. Para economizar quilometragem a agência programou um trajeto que nos fez sair e entrar na Bolívia duas vezes.

Dica: Tudo isso poderia ter acontecido com mais tranquilidade  se eu ficasse mais uma noite em La Paz. Saía para Tiwanaku, passava o dia lá e voltava para o hotel. No dia seguinte visitaria alguns museus e iria para a cidade de Copacabana.

Cedo a rotina de fechar a conta do hotel e pegar a van com o guia, não esquecendo do lanchinho na mochila. Colocada a bagagem no carro seguimos para o Mercado das Bruxas, onde iríamos comprar os itens necessários para a “mesa” para minha proteção.

Mercado das Bruxas

Mercado das Bruxas

Algumas "mesas" já preparadas

Algumas “mesas” já preparadas

Lá tem de tudo, inclusive feto de lhama, que não quis nem saber para que servia. Comprei dinheiro de papel, uma casa, um patuá para a saúde outro para o amor e mais algumas indicações do guia para que minha “mesa” não ficasse tão pequena que os deuses nem iriam ligar.

De lá pegamos a estrada :

Trajeto até Tiwanaku

Trajeto até Tiwanaku

No meio do caminho uma situação interessante : no meio da rota havia uma parada obrigatória onde descem todos e o motorista segue para uma inspeção, eu acho.

batatas desidratadas

batatas desidratadas

Eu e o guia passamos a pé por um corredor de

milho

milho

barraquinhas com venda de comida local. Enquanto o guia comprava umas batatas desidratadas e espigas de milho feitas no braseiro eu me limitei a tomar uma coca-cola. O refrigerante é tirado diretamente do engradado pois pela baixa temperatura ninguém usa geladeira.

Minha sorte foi ter feito os sanduíches e os pedaços de bolo. Até aceitei um milho que quase quebrou meu dente mas, foi assim mesmo. A batata porém tive de recusar, era muito feia.

No final do corredor de barraquinhas entramos na van e partimos finalmente IMG_2967para Tiwanaku. A visita foi corrida pois o guia tinha

Placa da entrada

Placa da entrada

horários nas fronteiras . Na época o museu tinha poucas peças e as fotos que vão abaixo são de objetos e crânios que vi, mas não foram tiradas por mim:

 

Portal do Sol - Templo de Kalasasaya, Bolívia

Portal do Sol – Templo de Kalasasaya, Bolívia

O lado de entrada do Portal do Sol no topo do monte Kalasasaya. Todo o painel superior é esculpida com um padrão de repetição das imagens vistas na foto acima. O monólito quebrou e foi encontrado parcialmente Caído em tempos modernos. Foi restaurado para sua posição original. A fissura é visível acima do canto direito da porta.

Tiwanaku caiu de destaque após o nível de água do lago Titicaca e a linha costeira abaixou e recuou da cidade. Hoje as águas são muitos quilômetros de distância.”(Refencia)

Parte de trás do Portal do Sol

Parte de trás do Portal do Sol

Museu em Tiwanaku

 

Evolução das civilizações na Bolívia

Evolução das civilizações na Bolívia

Cerâmica

Cerâmica

Restos de objetos de ouro não roubados pelos espanhóis

Restos de objetos de ouro não roubados pelos espanhóis

Ornamentos

Ornamentos

Crânios

Crânios

Pátio

Pátio

Encaixe e espaço para presilhas

Encaixe e espaço para presilhas

Muro de contorno

Muro de contorno

Desse buraco é possível se escutar o que uma pessoa está falando no meio do pátio.

Forma do ouvido

Forma do ouvido

Esse formato permite a escuta.

Não consegui fazer a visita que eu gostaria pois tínhamos que sair logo para não ficar no Peru onde as fronteiras se fecham por volta da seis da tarde. Assim fomos em direção ao primeiro posto da fronteira.

Chegando lá o único funcionário não estava, e enquanto esperávamos fomos almoçar(quase cinco da tarde). Para não arriscar eu pedi uma canja que tinha todas as partes periféricas de uma galinha : pés, cabeça e pescoço, menos a própria.

Voltamos a Aduana tivemos os passaportes carimbados e seguimos em direção a novo posto entre, agora, Peru e Bolívia.

Aí quase que o bicho pega porque o funcionário não conseguia entender nossa recente entrada e repentina saída. Contornado  “de alguma forma” o mal entendido seguimos para a cidade de Copacabana.

Cidade de Copacabana do alto do Cruzeiro

Cidade de Copacabana do alto do Cruzeiro

No próximo post :

Hotel em Copacabana, subida até o Cruzeiro, Via Crucis, Puno/Peru, e o trem para Cuzco.

 

 

Índice : Qual a aventura foi inspirada por um livro

PRIMEIRA ETAPA :

Trajeto da viagem

Trajeto da viagem

Prefácio: Estúdio I+ Interativo – Qual aventura foi inspirada por um livro

Capítulo I : Parte II – Estúdio I – Qual aventura foi inspirada por um livro

Capítulo II: Parte III – Qual a aventura foi inspirada por um livro

Capítulo IV:  Na Bolívia : de La Paz até Tiwanaku

Capítulo V: De Tiwanaku até a cidade de Copacabana/Bolívia – cerimônia xamânica

Capítulo VI : Saindo da Bolívia e entrando no Peru pela cidade de Puno

Capítulo VII : De Puno à Capital do Império Inca – Cuzco

Cuzco a noite

Cuzco a noite

Apêndice : Cuzco, a Capital do Império Inca

 

SEGUNDA ETAPA :

Mapa da região

Mapa da região

Capítulo VIII : Voltando para os Andes – Ruas de Cuzco

Capítulo IX : Arredores de Cuzco – Urubamba e Samana Wasi

Capítulo X : Arredores de Cuzco : O Mercado de Pisac

Capítulo XI : Arredores de Cuzco : Sacsayhuaman, Qenqo e Tambomachay

Capítulo XII: Etapa Final: Viagem para Machu Picchu

Capítulo XIII : Águas Calientes e início do adeus aos Andes

Epílogo : Algumas considerações sobre o que vivi na minha viagem

TERCEIRA ETAPA :Andor usado na Semana Santa

(Próximo) De volta à Cuzco – Semana Santa

Parte III – Qual a aventura foi inspirada por um livro

Chegada ao Aeroporto Internacional de El Alto, em La Paz/Bolívia:

Aeroporto Internacional de El Alto, La Paz, Bolívia

Aeroporto Internacional de El Alto, La Paz, Bolívia

Posts anteriores relativos ao presente:

Estúdio I+ Interativo – Qual aventura foi inspirada por um livro

Parte II – Estúdio I – Qual aventura foi inspirada por um livro

Na sequência à passagem pela Federal, na Bolívia, encontrei meu guia que esperava com uma Van, bem antiga.

Então uma primeira dica:

No meu caso fiz toda a pesquisa de empresas de turismos, mandando e-mails até para o Ministério do Turismo do Peru. O que não me toquei era de perguntar se a agência de turismo na Bolívia era filial da do Peru. Não era, era uma subcontratada, assim como em Puno e Cuzco/Peru. Não que fosse totalmente ruim, mas não foi tão boa como era minha expectativa.

Uma segunda dica:

Faça todos os pagamentos através de uma agência de turismo(pesquise) no Brasil, se algo der errado você pode reclamar na volta e o dinheiro sai em reais e você não precisa levar mais dinheiro para o pagamento no exterior.

Como não fiz isso, logo que chegamos ao hotel e apesar de uma leve dor de cabeça, recebi o responsável pela agência boliviana que me levou os vauchers  e entradas para os sítios arqueológicos que eu iria visitar.

Me recomendaram repousar pois no dia seguinte, cedo, iríamos partir para Tiwanaku :

Planta de Tiwanaku

Planta de Tiwanaku

Igreja de São Francisco, ao lado fica o mercado das bruxas

Igreja de São Francisco, ao lado fica o mercado das bruxas

Subi para meu apartamento e como só sentia um leve

Igreja de São Francisco

Igreja de São Francisco

enjoo e uma dor de cabeça, achei que estava bem para dar uma saída e andar pela avenida 16 de Julho talvez até a igreja de São Francisco. No meio do caminho a dor de cabeça aumentou e o enjoo também e resolvi voltar ao hotel, não sem antes passar em uma livraria ao lado.

Comprei alguns livros e subi para o meu quarto onde pedi uma canja de galinha, pois a coisa estava ficando feia.

Dica: Fique no hotel descansando o primeiro dia ou você vai passar a noite com o balão de oxigênio ao lado da cama.

Foi o que aconteceu, após comer a canja e tomar chá de saquinho de folha de coca(não adianta nada, tem que ser da folha, mesmo). Liguei a televisão e vi Botafogo X São Paulo e tentei dormir.

Acordei me sentindo muito mal, mesmo. Estava com o mal da altitude ou soroche como chamam por lá. Liguei para a recepção que recomendou a ida de um médico, o que aceitei sem pestanejar.

Alguns minutos depois entrou um senhor de terno e me fez perguntas. Escreveu uma receita e entregou ao recepcionista que havia subido com ele. Peguei alguns pesos bolivianos para pagar o remédio.

Dica : Peça sempre para falarem lentamente como se estivessem falando com uma criança.

No mesmo momento que um recepcionista saía outro chegava chamando o médico para outro hóspede passando mal. O médico pediu licença e lá foi atender mais um com soroche(mal da altitude).

Voltaram o médico e o recepcionista com o remédio e uma seringa. Tomei uma injeção na veia e o recepcionista deixou um cilindro de oxigênio com a recomendação do médico de abrir 15 minutos de oxigênio e parar por 15 minutos. Assim foi minha noite com alguns períodos de sono mais longos.

Custo do médico US$50.00, pelo número de atendimentos, mesmo pagando uma parte ao hotel esse médico vai se aposentar novo.

Pensei em tomar o café da manhã no quarto mas era pago. Assim desci e comi um belo desjejum. Aproveitei e embrulhei em alguns guardanapos uns sanduíches e bolo para comer na viagem.

Iríamos a Tiwanaku e depois para a cidade de Copacabana/Bolívia a beira do Lago Titicaca que fica a 3821m acima do nível do mar, é o lago (comercialmente navegável) mais alto do mundo.

Algumas "mesas" já preparadas

Algumas “mesas” já preparadas

Mas antes disso uma passagem pelo mercado das bruxas para comprar os objetos que fariam parte da “mesa” (uma espécie de purificação e pedidos para o futuro)com um bruxo em Copacabana.

 

Trajeto de Tiwanaku até Copacabana - em azul na Bolívia e em vermelho no Perú

Trajeto de Tiwanaku até Copacabana – em azul na Bolívia e em vermelho no Perú

O que eu desconhecia era o trajeto traçado pelo guia :

No mesmo dia teria de sair da Bolívia e entra no Peru e sair de lá para voltar para a Bolívia  indo para a cidade de Copacabana

Dica: Guarde um dia para descansar, um para conhecer Tiwanaku, um para os museus em La Paz e o Mercado das bruxas. Saiba exatamente que trajeto vai fazer.

Nas próximas partes : visita a Tiwanaku e viagem até Copacabana, incluindo um ritual de limpeza feito por um bruxo boliviano.