Minha vida em Itabira – prós e contras

Antigo GEIT com sua forma de H - à direita campo do Valeriodoce

Foto atual do antigo GEIT, com sua forma de H – à esquerda campo do Valeriodoce

Minha transferência para Itabira foi algo inusitado. Um colega de Belo Horizonte, do Departamento de Obras ( vide a ditadura) muito entusiasmado com meu trabalho, conseguiu uma vaga para mim no GEIT (Grupo Executivo de Itabira) Responsável por diversas obras, principalmente a Usina de Concentração de Minério de Ferro.

Para mim era a promessa de uma transferência com todos os benefícios que a Vale oferecia e, mais, a promoção para o primeiro nível I, só permitida aos que tinham curso superior, o que não era o meu caso. Não podia recusar.

Só esqueceram de combinar com o chefe do GEIT, Dr. Renato, que simplesmente não tinha o que fazer comigo no Grupo já que sua equipe estava totalmente formada.

Sendo assim, com uma mesa e uma cadeira, no arquivo técnico(local onde se guardava e faziam cópias das plantas das obras e os cálculos da topografia), junto aos colegas Décio e Dimas, passei os primeiros seis meses da transferência sem ver um só papel na minha frente. Não fossem os colegas citados eu teria dado fim a minha carreira.

Mas como “quem tem padrinho não morre pagão” e “não há mal que sempre dure nem bem que nunca acabe” o Chefe da área de Controle(contabilidade, orçamento e custos) do Departamento de Obras, eBelo Horizonte, criou uma espécie de sub contadoria, por onde passariam, para serem contabilizadas, as medições das obras controladas pelo Grupo.

Embora tenha feito e sido aprovado em todos os teste para ser promovido para um cargo do quadro de nível superior, (numeração romana) I, continuei supervisor do quadro de nível geral que já exercia no Rio de Janeiro. A solução dada pelo Dr. Roberto, que havia substituído o Dr. Moretzshon foi que eu apontasse 60 horas extras mensais, como compensação financeira pela não promoção.

Era tanta a certeza de que eu iria para o nível superior que na transição entre chegar e levar a família, morei numa república de engenheiros, coisa inconcebível há um Técnico em Contabilidade, em Itabira.

Outra certeza que eu tinha da minha promoção era que eu tinha direito de usar o banheiro dos engenheiros, sim porque no GEIT haviam três banheiros : masculino, feminino e engenheiro.

Resolvida a polêmica e encontrado um acordo comum para as partes, eu ter uma sala, teria quatro contabilistas e uma secretária, foi providenciada uma casa para mim e minha família na vila dos Supervisores, um nível intermediário entre os nada e os de nível superior(leia-se aí, majoritariamente, engenheiros) continuei com a chave do banheiro dos engenheiros, coisa que os outros supervisores também tinham, uma sala com seis mesas, a minha as quatro dos contabilistas e a da futura secretária.

A casa cedida moravam os Supervisores do GEIT, eram casas de madeira mas muito confortáveis com três quartos, um quarto externo para acumular bagunça, sala de estar, sala de jantar e uma boa cozinha, do lado de fora além do amplo terreno uma lavanderia coberta.

A época só haviam 7 ou oito casas de madeira, só com os Supervisores do DO.

A época só haviam 7 ou oito casas de madeira, só com os Supervisores do DO.

Uma kombi ficava à nossa disposição levando e trazendo para o escritório, de manhã, na hora do almoço e no final do expediente. Durante o tempo vago atendia as famílias levando para compras e as crianças para o colégio.

O gerente administrativo, Darcy, me entregou um pacote de currículos para que eu escolhesse meus quatro subordinados, e nessa escolha é que tirei a sorte grande. Foram escolhidos o João Carlos, os irmãos Raul e Calos Alberto e o quarto escolhido que começou meu amigo e hoje é, e sempre será, meu irmão de coração.

Eu e minha filha no laguinho da tartaruguinha - Casa em Itabira

TUDO DE BOM !                                                                                                                                                      Eu e minha filha no lago da tartaruguinha – Casa em Itabira

Os amigos me sacaneavam dizendo que eu era tão pão duro que construí uma mini piscina.

Outros prós da minha ida para Itabira serão contados em posts futuros, como:

-o de ser professor da FIDE – Fundação Itabirana Difusora do Ensino;

– do campeonato de futebol de salão de 1º de maio;

– meu chefe estranho, alguns contras e muito mais.

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