Auxiliar de vendas, como entrei e por que saí – Final

Turma da Loja da Reserva - Plaza Shopping Niterói/RJ

Turma da Loja da Reserva – Plaza Shopping Niterói/RJ

Completando essa minha aventura no mundo das lojas, ficou no ar o porque de entrar nessa empreitada.

Não foi pelo dinheiro que, certamente agrega, mas não foi a sua necessidade que me fez aceitar o trabalho. Nesse ponto quero fazer um parênteses: durante minha vida conheci pessoas procurando emprego mas, procurar TRABALHO, poucas. Certamente, no meu caso, eu me meti em um trabalho.

Estava levando uma vida tranquila com minhas aulas de hidroginástica e natação, de segunda a quinta e o resto do dia para ficar no computador, vendo televisão ou enchendo o saco dos outros nas mídias sociais. Isso, no entanto não bastava e, pior, me deixava a exata noção da finitude da minha vida.

Sempre fui uma pessoa de paixões. Verdade que, como fogo em capim seco, elas ardiam e apagavam rapidamente mas, sempre repostas por uma outra e, nesse momento de calmaria da vida, isso me incomodava. Tinha também o exemplo que queria dar em casa, mostrando que quando se quer, realmente, trabalhar é só procurar. Emprego é que está difícil.

Certo de que esses eram os motivos me meti nesse turbilhão que é trabalhar em uma loja na época de Natal, isso sem falar da loucura que foi a Black Friday: Vendedores trazendo mercadoria, vendendo, o que não foi vendido dobrar e levar para o estoque, oferecer água, cafezinho e/ou uma cerveja, subir e descer escada, preparar o material para embrulho, trazer mais bolsas, tudo isso vindo do estoque.

Aliás esses são “os caras”, em uma loja: os estoquistas. Se o estoque não estiver organizado não vão vender nada e, é uma rotatividade enorme, o vendedor tira as mercadorias para mostrar ao cliente, as não vendidas são dobradas e levadas para os estoquistas que embalam novamente colocam nas estantes e já vem outro tirando tudo de novo e, tem as mercadorias novas chegando que todos os vendedores querem mostrar mesmo antes de serem conferidas e estocadas. Uma loucura que só quem é bom consegue manter o ritmo da loja em movimento.

Infelizmente algumas coisas me fizeram pedir para sair :

– um nervo pinçado pela coluna lombar que doía da coluna até o joelho, obrigando a trabalhar tomando analgésicos e anti-inflamatórios  e, contrariando até o gerente que me mandava diminuir o ritmo, não parando de subir e descer aquela escada, o que não ajudava em nada a passar a dor. Aliás essa dor foi anterior ao início do trabalho na Reserva e parecia curada;

– um stress de um consultor que não entendia que era Auxiliar de Vendas e, finalmente,

– descobrir que lá no fundo, eu queria mesmo era voltar no tempo. Ter menos 30 anos e menos 30 quilos, fazer um projeto para meu futuro, me apaixonar com possibilidades do capim queimar e reacender. A mente e o coração(alma) podem estar nos quarenta mas o descobrir que você envelheceu, o tamanho da pochete que você tem no que era sua cintura, que o seu tempo já não é aquele, que por mais que você se esforce nada do que você fez no passado vai se repetir, me derrubou.

Esse último item pesou muito na minha decisão de parar com um sonho que era só isso mesmo, um sonho, de onde logo logo eu iria despertar e “cair na real”, como aconteceu,.

O que fazer agora? Hoje terminar este post. Amanhã ……..

P.S. : vale tudo o que está escrito na carta de despedida. Obrigado amigos.

3 thoughts on “Auxiliar de vendas, como entrei e por que saí – Final

  1. Ótimo texto !
    Estou entrando agora para a família Reseva e por acaso cheguei até o seu blog e adorei ! Realmente, o sobe e desce de escada acaba com qualquer um hahaha mas como disseram no outro comentário, o que fica é a experiência e a sua coragem de recomeçar, o que só de pensar muita gente desiste, mas você foi lá e fez.
    Muito motivador. . .
    Obrigada 🙂

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